quinta-feira, 18 de junho de 2015

Ex-pichador instala mosaicos em locais públicos de Fortaleza para embelezar a cidade



Cerâmica, azulejo, cola, rejunte, madeira e tela. Parecem materiais de construção ou reforma, mas também podem ser usados para fazer arte. E foi através desses objetos e muita criatividade que o cearense Edson Felipe, ex-pichador, conseguiu sair da ociosidade e garantir um futuro. Após participar de um curso de mosaicos, e muita dedicação, ele resolveu levar a habilidade a sério.

Para buscar referências, pesquisou em livros, se informando sobre outros tipos de artes e legados de grandes artistas renomados. Hoje, além de possuir um ateliê e trabalhar profissionalmente, ele busca reparar o mal que fez a Fortaleza quando pichava as ruas. Através da instalação de mosaicos em locais públicos como viadutos e paradas de ônibus, ele pretende embelezar a cidade.

“Eu faço muito trabalho para pessoas que têm dinheiro para pagar, já o povão não tem muito acesso. Eu penso em uma parada de ônibus como local ideal para que o público possa conhecer a arte. É por isso que as intervenções urbanas são tão democráticas, ela não precisa ir até um museu para conhecer, em qualquer lugar da cidade ela pode ver um grafite, um mosaico, um stêncil, entre outros”, explica o artista. Entre as intervenções urbanas, há mosaicos no bairro onde mora, Jardim das Oliveiras, no viaduto do Cocó, na Avenida Washington Soares, na Praia de Iracema, no Benfica e no Centro da cidade.



De ex-pichador a artista
Antes de entrar no mundo artístico, Edson pichava muros no bairro Jardim das Oliveiras, onde mora, e tinha trabalhos temporários, seus “bicos”. Em 2003, participou de um curso de capacitação solidária sobre mosaicos, oferecido pelo governo federal. Após o término, a turma, de 30 alunos, decidiu criar um ateliê, para que possam tirar renda do trabalho exercido. Todavia, a maioria dos membros não esperou pelo retorno financeiro e migraram para outras atividades. Enquanto isso, Edson e sua namorada, Alessandra Cordeiro, decidiram montar o próprio ateliê.

Fonte: Tribuna do Ceará

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