A corveta Barroso da Marinha do Brasil resgatou duzentos e vinte imigrantes na tarde dessa sexta-feira, 4, no Mar Mediterrâneo, segundo informou o Ministério da Defesa em nota publicada em seu site. O navio brasileiro navegava com destino a Beirute, no Líbano, quando recebeu um alerta do Centro de Busca e Salvamento Marítimo italiano sobre a existência de uma embarcação com risco de afundar, tendo a bordo imigrantes que iam para a Europa.
Segundo o ministério, o pedido de auxílio ocorreu às 13h30 (horário de Brasília). O centro de busca italiano solicitou ao navio brasileiro que se aproximasse da posição da embarcação, que estava a cerca de 150 milhas da terra mais próxima, Peloponeso, na Grécia. A corveta Barroso chegou ao local após navegar durante uma hora. O ministro da Defesa, Jaques Wagner, foi informado dos detalhes da operação, pelo comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, e falou sobre a operação de resgate.
"O navio estava indo para o Líbano e acabou cumprindo outra missão humanitária, que é o resgate de refugiados, hoje uma preocupação que aflige o mundo inteiro. Foram salvas 220 vidas e evitamos outras mortes como a daquela criança síria que chocou o mundo", disse o ministro. Entre as pessoas regatadas estavam 94 mulheres, 37 crianças e quatro bebês de colo (muitos deles debilitados).
Uma boa parte dos refugiados estava sem comer há 48 horas, revelou o comandante Alexandre Amendoeira Nunes. Os tripulantes estavam em dificuldades, o combustível estava acabando e estavam com pouca comida. Como o peso estava mal distribuído, a embarcação estava adernada de lado, já. Pelo que nos relataram, não havia um local específico de destino, buscavam qualquer local que pudessem desembarcar em solo italiano" disse ao portal G1.
De acordo com Nunes, a maioria dos imigrantes é síria ou líbia e tentava fugir da guerra ou da miséria. Dois navios-patrulha italianos participaram da ação, mas, tendo em vista a impossibilidade de receberem os imigrantes a bordo, a Guarda Costeira italiana solicitou o apoio dos brasileiros para fazer o resgate e levá-los para o porto italiano de Catânia.
A corveta Barroso saiu do Rio de Janeiro no dia 8 de agosto para substituir a fragata União na Força-Tarefa Marítima das Nações Unidas (FTM-Unifil), no Líbano. Ela vai atuar, ainda este mês, como nau-capitânia da missão e fazer tarefas de interdição marítima e capacitação da Marinha libanesa. O Brasil comanda a FTM-Unifil desde 2011.
O ministro Jaques Wagner tem viagem programada para o Líbano, neste mês de setembro, com o objetivo de acompanhar a atuação dos militares brasileiros, bem como a passagem de comando da missão.
Fonte: O Povo
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