quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Açudes do Ceará estão com média de 13,6% da capacidade, diz Cogerh


Com apenas 13,6% da capacidade total de armazenamento, a situação dos 128 açudes do Ceará monitorados pela Companhia de Gerenciamento de Recurso Hídricos (Cogerh), em parceria com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), é preocupante. A realidade dos açudes é consequência da escassez de chuvas registrada nos últimos quatro anos, quando o volume ficou bem abaixo da média histórica.

De acordo com o boletim hidrográfico da Cogerh, todos os açudes monitorados pela Companhia estão com volume abaixo de 30%. A situação mais preocupante, de acordo com o boletim hidrológico da Cogerh, é a da bacia do Baixo Jaguaribe, onde a reserva hídrica está em apenas 0,88% da capacidade de armazenamento.

Das 12 bacias hidrográficas do Estado, cinco estão com volume de armazenamento de água inferior a 10%: Baixo Jaguaribe (0,88%), Sertões de Crateús (1,38%), Curu (3,1%), Banabuiú (3,50%) e Acaraú (9,88%). Outras três têm volume armazenado abaixo de 20%: Médio Jaguaribe (11,84%), Salgado (14,67%) e Serra da Ibiapaba (17,67%). Apenas quatro estão com volume superior a 20%: Litoral (29,62%), Alto Jaguaribe (28,78%), Coreaú (24,73%) e Metropolitana (23,95%).

A probabilidade de ocorrer um grande volume de chuva em 2016 no Ceará continua baixa, segundo previsão parcial da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Dados preliminares mostram forte tendência de atuação do El Niño (aquecimento anômalo no Oceano Pacífico Equatorial) no início do próximo ano. Se a quadra chuvosa de 2016 não tiver regularidade nas precipitações, o Ceará corre o risco de ter o ciclo mais severo de seca da história, superando os difíceis períodos de 1951-1954 e 1979-1983, anos marcados por estiagem prolongada.

Um exemplo da crise hídrica no Ceará é a situação do maior açude do Estado, o Castanhão. Localizado no município de Nova Jaguaribara, a 260 quilômetros de Fortaleza, o reservatório tem capacidade para armazenar 7,5 bilhões de metros cúbicos de água, mas hoje acumula apenas 856,3 milhões, que representa 12,78% da sua capacidade de armazenamento, o pior índice desde que foi inaugurado, há 12 anos. Além de Fortaleza, outros 25 municípios são abastecidos pelo Castanhão.

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