A longo prazo, a praia de Jericoacoara – um dos destinos turísticos mais famosos do Ceará – pode deixar de atrair turistas. Essa é a opinião da presidente da Associação Empresarial Eu Amo Jeri, Sônia Cavalcante, que lidera os empresários da localidade. O motivo é claro: a criminalidade e impunidade na vila paradisíaca, localizada em Jijoca de Jericoacoara, a 287 km de Fortaleza.
Mesmo após uma turista alemã ter denunciado ser estuprada no último sábado (26), Sônia ressalta que a quantidade de pessoas nesta semana de Réveillon está muito grande. “Jericoacoara nunca esteve tão cheia como agora. Tem muita gente aqui. Não posso dizer que esse crime afastou, mas a propaganda negativa massivamente na imprensa e fatos de reais acontecendo, a longo prazo, podem avançar e afastar”.
Policiamento
A empresária lamenta que um dos destinos turísticos mais procurados não tenha uma delegacia para registro de crimes. Além disso, ainda considera que há poucos policiais na localidade, mesmo que os profissionais que atuam na praia sejam eficientes.
“Aqui não poderia deixar de ter uma delegacia civil, onde se possa fazer pelo menos um Boletim de Ocorrência. Só pode registrar na delegacia de Jijoca, ou às vezes em Sobral. As coisas acontecem aqui e não são notificadas. A moça [alemã] teve que ir para Sobral”.
Gravidade
Ela explica que os policiais da região não foram acionados na ocorrência, mas que não há aparato para resolver os problemas locais. “Os policiais de Jeri são eficientes, mas não tem poderes. O que precisava aqui é uma delegacia com delegado e aparato necessário. E obviamente mais policiamento”.
A gravidade dos crimes também é preocupante. A morte da italiana Gaia Molinari completou um ano, no dia 25 de dezembro, e ainda não há culpados. Além de atrair viajantes, aqueles que gostam de se aventurar pelo mundo, Jericoacoara recebe muitos turistas ricos e famosos.
“É muita gente rica, importante. A qualquer hora vai acontecer sequestro aqui, porque está muito fácil. Vai começar a ter coisa grave. Estamos na luta faz tempo, mas o governo falou que ia fazer um monte de coisa e nada. Não sabemos em que mão a gente está”, finalizou.
Fonte: Tribuna do Ceará
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