“Querido Papa Francisco, fiz este desenho pensando no senhor rezando uma oração para que eu me cure, mas vai ter que ser bem longa, até meus 28 anos. Agora já tenho 9”, escreve a menina italiana Mônica de Franciacorta ao Papa Francisco para confiar à sua intercessão sua frágil saúde, devido a uma doença de “nome estanho”.
Milhares e milhares de cartas desse estilo chegam ao Vaticano, provenientes dos mais variados cantos do mundo – cartas escritas especialmente por crianças, doentes, idosos, donas de casa, todas dirigidas ao Papa.
Mas quem lê as montanhas de cartas que chegam ao Palácio Apostólico e à Secretaria de Estado?
Giuliano Gallorini, a irmã Ana e outras duas leigas são integrantes de uma pequena equipe que dirige o Departamento de Correspondência, que recebe diariamente dezenas de sacos repletos de cartas, pacotes, desenhos e objetos.
O Papa, depois de receber uma carta classificada como “urgente” pelos seus colaboradores, pega o telefone e liga diretamente para a pessoa, ou responde ele mesmo, à mão, como a mídia já mostrou diversas vezes. É claro que nem sempre ele consegue ter tempo para isso.
Ainda que nem todas as cartas cheguem ao seu escritório, cada uma recebe uma resposta e um agradecimento em nome do Santo Padre e por sua vontade expressa. Até as cartas e postais que são lançados ao papamóvel recebem atenção.
As crianças são as mais espontâneas em suas solicitações: o menino que pede orações pelo seu pai que está preso, a menina doente que pede a bênção do Papa para prolongar sua vida, o menino de 10 anos que está preocupado pelas notícias de atentados contra o Papa etc.
O que acontece com as cartas?
A equipe do Papa seleciona a correspondência por idiomas; depois vem a etapa da abertura e leitura das cartas. Francisco em pessoa pediu aos seus colaboradores que classifiquem as cartas de saudação simples e as diferenciem daquelas que buscam nele uma ajuda concreta ou específica.
Que mensagens chegam às mãos do Papa?
As cartas que chegam até Francisco são as mais urgentes, ou seja, aquelas relacionadas a problemas de consciência ou a situações particulares. Nestes casos, a equipe entrega as cartas aos secretários do Pontífice para que o Papa as leia diretamente. “Ele lê e nos explica como devemos responder”, confirma Gallorini.
Há outros caos nos quais a correspondência é enviada diretamente aos escritórios da Cáritas diocesana, para que possam comprovar os dados e ajudar a pessoa ou família que escreveu.
Gallorini afirma que é um trabalho de extrema responsabilidade, que requer “ler estas cartas não só com a mente, mas com o coração, compartilhando o sofrimento das pessoas e buscando encontrar as palavras certas para expressar o que o Papa quer realmente que se manifeste: sua proximidade, sua empatia”.
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