Se você gosta de acordar muito cedo ou de dormir muito tarde, as madrugadas de quinta para sexta-feira e de sexta-feira para sábado (dias 22 a 23 de abril) serão uma boa oportunidade para ficar de olho no céu.
Especialmente, se você mora longe da cidade ou vive em uma região pouco iluminada, terá a oportunidade de assistir a primeira de nove grandes chuvas de meteoros observáveis em 2016, nos céus do Brasil. Aliás, as Líridas (restos de fragmentos do cometa Thatcher C/1861 G1) poderão ser vistas melhor nas regiões mais ao Norte do País, incluindo o Ceará.
O melhor horário para observá-las é a partir das 2h da madrugada e o fenômeno segue até pouco antes do amanhecer. Mas não será tão fácil assim ver a chuva dos meteoros Líridas, que são assim chamados porque quando foram nomeados cientificamente tinham como radiante a constelação de Lira.
Bem, o primeiro problema é justamente porque as líridas agora têm como radiante (ponto de onde os meteoros parecem se originar, do ponto de vista de um observador na Terra) a constelação de Hércules, que fica mais próxima da linha do horizonte, mais precisamente a cerca de 30 graus dela. Uma boa referência é a estrela Vega, uma das mais brilhantes do céu.
Isso quer dizer, que os meteoros aparecerão em um ponto relativamente baixo do céu e a visualização pode ser atrapalhada por prédios, árvores ou serras, por exemplo.
Outra dificuldade será porque neste ano, a chuva de meteoros Líridas coincide com a Lua Cheia, que com sua grande luminosidade dificulta a visão dos meteoros.
Fora isso, se você estiver em Fortaleza, assim como este blogueiro que lhe escreve, terá ainda que enfrentar a poluição luminosa da cidade.
Mesmo assim, quem puder ir a um lugar mais afastado e menos iluminado pode ver até 18 meteoros por hora. O professor de Astronomia João Romário Fernandes Filho, recomenda que o observador “procure acomodar-se confortavelmente numa cadeira reclinável ou num colchonete ao chão, virado para a direção correta, e prepare-se para observar este espetáculo celeste, com um binóculos à mão ou simplesmente com os olhos bem atentos”.
Chuva de líridas especialmente intensas foram registradas em 1922, na Grécia; em 1945, no Japão; e em 1982, nos Estados Unidos.
Nessas ocasiões e países, foram observados cerca de 100 meteoros por hora.
Cometa
O cometa Thatcher C/1861 G1, que deixou os tais fragmentos, teve sua aproximação mais recente com a Terra justamente no ano de 1861, daí seu nome. Contudo, a chuva de meteoros Líridas é registrada desde o ano de 687 a.C, por antigos astrônomos chineses.
A próxima vez em que ele passará pelo chamado Sistema Solar interior (onde ficam os oito planetas, incluindo a Terra, e o planeta-anão Plutão) será no ano 2.276.
Os fragmentos, alguns do tamanho de um grão de areia, chocam-se com a nossa atmosfera a cerca de 100 km de altitude e com velocidades que podem chegar a quase 200 mil km/h.
Com informações do Diário do Nordeste
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