quarta-feira, 25 de maio de 2016

Bolsista da Funcap pesquisa transformações da atividade turística no litoral oeste cearense


No litoral oeste do Ceará, não são poucas a praias a receberam turistas do Brasil e do exterior. Cumbuco, Taíba, Paracuru, Lagoinha, Fleixeiras, Baleia, Icaraí de Amontada e Jericoacoara são apenas alguns exemplos. Enquanto algumas praias sofreram poucas alterações, outras sofreram diversas mudanças, como a chegada de hotéis e restaurantes. Mestrando em Geografia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Tiago da Silva Castro está investigando quais transformações ocorreram na atividade turística no litoral oeste cearense, entre os municípios de Caucaia e Itapipoca, nos últimos 20 anos.

Além de abordar as influências das ações governamentais no processo de urbanização litorânea da região citada, a pesquisa abordará também o processo de constituição desta rede de localidades litorâneas, as dependências em relação à dinâmica metropolitana e o processo de urbanização litorânea nestes municípios.

“A pesquisa ganha importância por buscar compreender como se deu o planejamento turístico no litoral oeste do Ceará e buscar investigar o que de fato funcionou para o desenvolvimento da atividade e quais mudanças causaram a redução dos fluxos turísticos e impactos às comunidades litorâneas”, explica Tiago Castro, bolsista da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

Atualmente, o título da pesquisa é "Políticas públicas de turismo no litoral Oeste do Ceará: duas décadas de transformações na Costa do Sol Poente". O mestrando está realizando pesquisas de campo em busca de informações sobre como moradores, veranistas e proprietários de
empreendimentos de hotelaria analisam o turismo nas localidades costeiras. Já são 22 meses de pesquisa, a ser encerrada no mês de junho.

Segundo Tiago Castro, a principal dificuldade para a realização da pesquisa é a extensão da área de estudo, contornada por meio das escolhas das localidades a serem visitadas. “Outro ponto é a crescente violência no litoral cearense, que além de ser uma das características dos locais turístíficados em países de desenvolvimento tardio, também atrapalha atividades da pesquisa, como idas a localidades menos movimentadas, visitas a atrativos turísticos isolados” informa.

Para o pesquisador, o ato de planejar turisticamente uma determinada parcela do espaço vai muito além da simples aplicação de recursos e infraestrutura turística. “Posso, de antemão, afirmar que não houve planos para integração dos residentes nas melhorias oferecidas pelo turismo, bem como as outras atividades econômicas (pesca, artesanato, mariscagem, atividades de subsistência) não foram consideradas pelo planejamento turístico cearense, deixando a população das localidades à mercê de uma atividade que não consegue englobar toda força de trabalho e tem caráter sazonal, a exemplo de diversos outros espaços litorâneos brasileiros”, destaca.


Apoio da Funcap
O interesse pela Geografia surgiu por meio da “compreensão da espacialidade (organização geral do espaço social) das atividades humanas. Como as diversas atividades produtivas e especulativas têm no espaço (relação entre Sociedade e Natureza) seu principal elemento, o interesse por parcelas cada vez maiores do território gera conflitos entre atividades e sujeitos”, explica.

Após a conclusão do mestrado, o bolsista pretende ingressar na atividade de docência junto ao ensino público e privado. Posteriormente, em 2017, pretende ingressar em um curso de doutorado, com o objetivo de ser professor universitário. Para Tiago Castro, a bolsa de mestrado, para alguém recém ingresso na Pós-Graduação, é fundamental para que haja dedicação total às atividades acadêmicas.

“Notadamente, (dedicação) à pesquisa teórica e empírica, leitura (compra de livros), produção acadêmica, e mesmo o sustento das famílias dos pesquisadores. Assim, a bolsa paga pelo Governo do Estado volta-se como incentivo à produção científica, alicerce fundamental para qualquer projeto de desenvolvimento social, econômico e político”, destaca o pesquisador.

Fonte: Funcap




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