segunda-feira, 4 de julho de 2016

Imigrantes buscam alternativas de vida no Ceará


Existem, hoje, 28.323 estrangeiros residentes no Ceará. Desse número, faz parte os imigrantes temporários, que solicitam o visto/autorização para trabalhar ou estudar; os permanentes, que constituem família com brasileiros; e os refugiados, que são minoria absoluta. Já o balanço realizado pela Divisão de Cadastro e Registro de Estrangeiros (Dicre), da Polícia Federal, contabilizou que, em 2015, tinham 25.691 estrangeiros no Ceará.

De acordo com a chefe da Delegacia de Imigração do Ceará, a delegada federal Alexsandra Oliveira Medeiros, o Ceará continua sendo um destino bastante procurado por estrangeiros que querem estudar e, principalmente, procurar um meio de viver e de investir. “Os estrangeiros chegam atraídos pelas oportunidades ascendentes de negócios, pelo clima da cidade e pela hospitalidade do cearense”, afirmou.

Segundo a delegada, o maior público é de imigrantes europeus, como os italianos, portugueses e espanhóis, que chegam com a intenção de investir. “Na maioria dos casos eles ficam sediados em cidades praieiras, em regiões como Canoa Quebrada e Jericoacoara, e nas praias circunvizinhas. Eles chegam para abrir negócios como pousadas e restaurantes”. A delegada informou, ainda, que o Estado também recebe grande número de africanos, que buscam a formação no ensino superior nas universidades cearenses, e de coreanos com a finalidade de trabalhar no comércio, no Centro de Fortaleza e no Porto do Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante.

Sobre os estudantes que buscam o Ceará para cursarem uma universidade, Alexsandra Oliveira destaca que ainda é grande a procura dos imigrantes africanos. “São muitos provenientes, principalmente de Guiné-Bissau, Cabo Verde”. Hoje, residem no Estado mais de dois mil africanos. Desse total, 90% chegam ao Ceará para estudar.

Estudo
O africano Andy Monroy chegou ao Ceará com esta finalidade. “Escolhi vir para cá há 9 anos, pois queria ter uma formação superior e, em Cabo Verde, sabia que não tinha condições, pois o ensino de lá não é de qualidade e o mercado de trabalho lá é muito disputado”. Com o visto temporário, Andy se formou em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Ceará. Depois de alguns anos casou-se com uma cearense e conseguiu o visto permanente, o que permitirá que ele fique legalmente no Estado por mais alguns anos. Hoje, trabalha como designer gráfico e é músico nas horas vagas. Ele explica que é importante que o imigrante esteja de forma legal no País e com a documentação em dia. “É importante que o estudante estrangeiro esteja regular. Caso contrário corre o risco de ser deportado e todo o esforço dos estudos ir por água abaixo”.

Deportação
Diferente de Andy, existem muitos imigrantes no Ceará ilegalmente. Em 2014, 2.158 imigrantes estavam em situação irregular. Segundo o designer gráfico, entre as principais dificuldades dos estudantes estrangeiros são as taxas cobradas pela Polícia Federal. “A burocracia é grande e os valores cobrados pelos documentos são caros. Para um estudante que tem que pagar a mensalidade da faculdade, pagar estadia, alimentação e outros tributos, acaba saindo caro. Quando eles não conseguem emprego a situação fica ainda pior. Essas taxas poderiam ser mais acessíveis”, opinou Andy.

Para os que estão ilegais no País, a delegada da Polícia Federal afirma que estes correm o risco de serem deportados. “Quando verificamos que o imigrante está ilegal, ele é notificado para deixar o País em prazo determinado, e assim se inicia processo de deportação. Trabalhamos com um sistema específico para detectar essas pessoas, mas também realizamos fiscalização e recebemos denúncias. Se ele não sair até o prazo, é iniciado o processo de deportação”, explica a delegada, acrescentando que, se o estrangeiro não tiver condições de arcar com os custos da viagem de volta ao seu país de origem, a Polícia Federal paga, “mas se quiserem voltar de novo, terão que devolver o valor pago atualizado”. No ano passado, foram registradas nove deportações. Já neste ano, até o mês de junho, sete estrangeiros foram deportados.

Fonte: O Esatado

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