segunda-feira, 21 de março de 2016

Obras de Hélio Oiticica em exposição na Universidade de Fortaleza


Pela primeira vez, Fortaleza recebe uma das maiores exposições de arte do país: Hélio Oiticica - Estrutura Corpo Cor. A mostra do artista plástico carioca Hélio Oiticica está em exibição no Espaço Cultural Airton Queiroz e traz cerca de 60 obras datadas de 1950 a 1981, entre quadros, penetráveis, bólides, além de seus famosos parangolés. A exposição tem curadoria de Paula Braga e Celso Favaretto e fica em cartaz até 1º de maio.

Pela primeira vez, Fortaleza recebe uma das maiores exposições de arte do país: Hélio Oiticica - Estrutura Corpo Cor. A mostra do artista plástico carioca Hélio Oiticica está em exibição no Espaço Cultural Airton Queiroz e traz cerca de 60 obras datadas de 1950 a 1981, entre quadros, penetráveis, bólides, além de seus famosos parangolés. A exposição tem curadoria de Paula Braga e Celso Favaretto e fica em cartaz até 1º de maio.

Hélio Oiticica (1937-1980) é um dos principais nomes das artes plásticas brasileiras. Revolucionou a arte mundial, desestruturando e recriando a forma de fazer e sentir a arte ao permitir que o observador também participasse da obra. Seu trabalho se inspirava em manifestações populares do Brasil e influenciou inclusive o movimento cultural Tropicália ao inspirar o nome e ajudar a consolidar a estética do movimento com sua obra Tropicália, um penetrável que traz um jardim com pássaros, plantas e poemas objetos, repleto de referências culturais e ambientais.

“Hélio Oiticica é um nome fundamental na arte brasileira porque toda a sua produção culmina em um entendimento de arte para além do quadro ou do objeto. A obra do Hélio caminha rumo à inserção da arte na vida, nos gestos, nas experiências cotidianas. A exposição mostra essa trajetória”, conta a curadora Paula Braga.


Ao todo, 17 espaços marcarão as diversas fases do artista, como a Macaleia, o Grupo Frente, Bólides e outros. As obras presentes na mostra, como exemplo no conjunto do Metaesquema, reproduzem o abstrato do ambiente artístico de onde surgiu Hélio. Também exemplares de 1950 a 1959, período anterior à ruptura do artista ao movimento concretista, as pinturas geométricas são fruto de rigorosos cálculos matemáticos que, posteriormente, o auxiliariam na produção das figuras tridimensionais, como a série Relevos Espaciais.

“O visitante verá a cor intensa dos guaches do início da carreira, que depois se soltam para o espaço, ou seja, a cor sai do papel que era suporte bidimensional e vai para a terceira dimensão, em obras que fazem a cor flutuar no meio da sala ou oferecem a cor para o toque, para a interação. Depois, a cor vai exigir o corpo todo do visitante na forma de capas, que as pessoas colocam e usam para dançar, ativando outra dimensão, o tempo”, explica Paula Braga. A exposição contará ainda com um espaço educativo e uma cronologia do artista.

O também curador Celso Favaretto conta que Oiticica saiu do processo criativo de quadros, estruturas estáticas onde o observador é passivo em relação à obra, para a construção de intervenções onde o observador vive a arte. “Oiticica caracteriza-os como ‘transobjetos’, ressaltando, inclusive, que a proposta é a mesma dos parangolés. Neles, importa o signo e não o objeto como obra, pois a participação (explorar, manipular, descobrir) é atividade constitutiva. Ultrapassando em suas proposições a estética do objeto então valorizada no Brasil e em toda parte, a experimentalidade de Oiticica foi na direção de um além-da-arte, em que arte, cultura, vivências, ou seja, um modo de experessão ético-estético, confluiam em um modo do pensamento que abriu um campo experimental que vem informando as experiências contemporâneas em toda parte”, afirma.

"A exemplo das últimas mostras realizadas, esta individual de Hélio Oiticica apresenta uma retrospectiva das principais criações do artista, reforçando o caráter pedagógico das exposições do Espaço Cultural Airton Queiroz. A diversidade das obras expostas denota a inventividade desse artista que revolucionou as artes plásticas em âmbito mundial, tendo como fio comum a experimentação e a curiosidade, atitudes que queremos transmitir não só para nossa comunidade acadêmica, mas também para crianças, adolescentes e todo o público visitante”, expõe o vice-reitor de Extensão da Unifor, prof. Randal Pompeu.

Serviço
Hélio Oiticica – Estrutura Corpo
Visitação: de 26 de janeiro a 1º de maio de 2016
Local: Espaço Cultural Airton Queiroz (Av. Washington Soares, 1321, Bairro Edson Queiroz)
Aberto ao público
A visitação ao Espaço Cultural Airton Queiroz é gratuita e pode ser feita de terça a sexta, das 9h às 19h; sábado, de 10h às 18h, e domingo, das 12h às 18h
Mais informações: 85 3477.3319 e www.unifor.br/espacocultural

Fonte: Unifor

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