Artista formado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Diego de Santos, 32, atua na área desde 2005 tendo como alicerce o desenho. Natural de Caucaia, o cearense já marcou presença em algumas edições do Salão de Abril e obteve premiações em eventos como o Pipa (Prêmio Investidor Profissional de Arte) e o Prêmio de Criação em Artes Visuais de Teresina (residência artística).
De malas prontas, Diego irá mostrar uma nova linha de experimentação na Galeria Fayga Ostrower (Brasília-DF), de 16 de fevereiro a 2 de abril, após ter atingido pontuação máxima no Prêmio Funarte de Arte Contemporânea. “É um prêmio com recursos do Governo Federal. Trata-se de um edital de circulação no qual eles disponibilizam cinco espaços de exposição no Brasil. Quando você se inscreve, já escolhe o local onde quer expor”, explica. Diego obteve duas notas máximas na disputa, garantindo o segundo lugar de acordo com os critérios da comissão julgadora.
O atual projeto selecionado, batizado de Poema 193, trabalha com o uso do fogo e da fuligem no papel, a partir de uma descoberta no mínimo curiosa. “É uma experimentação que surge quando eu me aproprio de uma coleção de conchas do mar. Consegui atear fogo dentro delas e isso me fez pensar em várias simbologias para esse ato”, resumiu ele a respeito da exposição, que já foi vista na galeria Contemporarte, em fevereiro de 2016. “Esse ato de queimar as conchas, que são a morada dos moluscos, me remeteu àqueles incêndios criminosos”, resumiu o artista ao explicar também o porquê do 193 no título (referente ao número dos Bombeiros).
“Então era mais ou menos a situação que eu estava criando no ateliê. Eu estava sendo uma espécie de ‘bombeiro às avessas’, mas não para destruir e sim para contar uma história. Era uma situação poética”. Manuseando o querosene, Diego de Santos deparou-se com o processo da fuligem. “Tudo aquilo que eu pegava – que era branco – ficava sujo. Comecei a usar então a lamparina, colocando o papel em cima dela, amparando aquela fumaça preta”, explica.
Poema 193 reúne 25 desenhos emoldurados e dois vídeos com toda a filmagem do processo; outros desenhos, de acordo com o artista, serão feitos na própria parede da galeria.
Fonte: O Povo Online
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