Nunca qualquer presidente sofreu tanto massacre de quase toda a mídia, principalmente da televisiva, que conta com 80 milhões de espectadores no Brasil, como Dilma Rousseff.
Getúlio Vargas sofreu campanha violenta nos idos de 1952, 1953, com quase toda a imprensa brasileira o atacando, precisando que um amigo seu, Samuel Wainer, imaginasse um jornal de defesa do seu governo - o Última Hora, e vindo a se matar em 1954.
Nem nesse tempo a campanha foi tão forte, porque nos tempos de hoje a TV e a mídia digital não funcionam de 12 em 12 horas, ou de 24 em 24 horas como funcionava no passado. Hoje ela é instantânea tanto no digital como também na televisão.
Recentes pesquisas feitas na Folha de S. Paulo apontam que, do total de entrevistados, 12% consideram a atuação de Dilma boa, e 23% consideram regular. A soma desses percentuais, 35%, foi exatamente igual ao percentual com o qual ela foi eleita. Portanto, nada a temer porque não significa que os outros 65% estejam contra ela, a favor de algum governo conservador.
Grande parte desses 65% devem querer uma mudança radical: não pagar impostos, não pagar dívidas, questionar o sistema financeiro, questionar a saúde privada, questionar a educação privada. Ou melhor, pensam como os atuais líderes recém-eleitos de Barcelona e Madri, que pensam também como o líder eleito na Grécia. Eles ganharam suas eleições com o máximo de 30% dos votos e fizeram suas campanhas radicalizando. Tiveram que fazer composições com partidos de ultraesquerda para poder governar.
Aí reside o perigo. Aqueles que imaginam que, derrubando o atual governo, terão um governo que atendam aos interesses conservadores, é só analisar a mesma pesquisa e ver que 50% dos entrevistados rejeitam o Congresso. Ao negar o Congresso, negam a democracia. Pois só 9% apoiam o Congresso.
Que tipo de mudança quer o povo? O povo quer um governo popular sem nenhum tipo de controle dos mandatários ungidos pelo povo? O povo não quer democracia. É isso que estão estimulando que o povo queira.
O país não está sem governo, como a oposição diz que vivemos hoje. Mas os opositores percebem com esses números que, ao estimular a anomia, o país pode chegar realmente a este estado de anomia. Não somos mais um país onde só existia 60 milhões de habitantes, como na época de Getúlio Vargas. Hoje somos um país de 200 milhões de habitantes. Numa convulsão num país como o nosso, só perde quem tem o que perder. Neste caso, uma grande minoria.
Fonte: Jornal do Brasil
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