sábado, 6 de junho de 2015

CULTURA - por Alexsandro Costa



Preconceito ao Rock ou interesse capitalista?

Quem se lembra da banda de Rock sobralense Camisa de Força composta pelo Beto Brandão, irmãos Tatá, Barão e se não me falhe a memória, Robson era o nome do baterista. Eles ensaiavam numa garagem nos fundo do Colégio Santana, isso a mais ou menos 20 anos atrás. Eu , Breno Sales, Manelim e muita gente da época, não perdíamos um ensaio e acompanhávamos a banda onde ela fosse.

Uma das boas lembranças que tenho dessa época foi um show da Banda no Theatro São João no ano de 1989, para quem é uma amante do Rock assim com nos éramos, foi uma noite inesquecível, no repertório tinha o melhor do Rock nacional como: Engenheiros do Havai, Legião Urbana, Capital Inicial entre tantos que faziam e fazem sucesso até os dias de hoje.

Acho que nós éramos os roqueiros daquela época e eram poucos os espaços destinados a música e a arte no nosso município. Acredito até que a banda Camisa de Força que tinha um grande potencia e um público fiel, não tenha seguido adiante por falta de incentivo por parte do poder público, não sei, o fato é que era uma realidade bem diferente da de hoje, onde existem muitos espaços destinados exclusivamente as manifestações culturais como é o caso do anfiteatro do largo das Dores, construído na gestão do então prefeito Cid Gomes.

Foi neste local destinado a arte que no último final de semana aconteceu um evento com apresentações de bandas de Rock para alegria dos amantes do gênero, além de proporcionar emprego e renda para toda uma rede envolvida no projeto, promovendo a cultura no nosso município.

Só que uma mídia local, divulgou esta semana uma notícia no mínimo preconceituosa e confusa sobre um supostos morador que estaria incomodados com o Som estridente do Rock e que solicitariam do Prefeito a transferência do evento para o anfiteatro do Museu Madi. A nota fala de moradores revoltados, mas só um denunciante. No singular e no plural ao mesmo tempo. Não quero aqui corrigir matéria de ninguém até por que sou um novato na arte da comunicação, mas não entendi.

Sendo assim procurei os organizadores do evento, afim de esclarecimento sobre este fato tão grave para a cena Rock em Sobral e eis que fiquei sabendo que o único vizinho que apareceu durante o evento para reclamar do Rock teria sido o proprietário da pizzaria que ocupa o espaço que é destinado a cultura. 

Ainda segundo os organizadores, no local é realizado freqüentemente um forró pé de Serra promovido pelo empresário e o evento de Rock estaria atrapalhando seu empreendimento, o que teria motivado a denuncia bem como a publicação na mídia, que foi feita sem que houvesse uma apuração dos fatos. Uma notícia baseada no anonimato que desqualifica um evento e favor de um interesse individual.

O Rock não merecia este ataque tão explicito forjado para criminalizar um gênero musical já tão criminalizado. Não podemos julgar as pessoas pelo gosto musical e devemos respeitar toda forma de expressão cultural a fim de valorizarmos nossa existência enquanto seres humanos, e é dever da impressa zelar pelo direito a cultura para todos. Inclusive para os roqueiros.

por Alexsandro Costa

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