No dia 7 de abril, o craque Neymar passeava pelas ruas de Barcelona, na Espanha, quando postou no Instagram um vídeo cantarolando o refrão da música “Hey, mundo”, sucesso do pagodeiro Thiaguinho:Deus deu um presente para mim,/ desde então não paro de sorrir. No mesmo dia, a 8.880 quilômetros dali, em Santos, a Delegacia da Receita Federal, segundo documentos obtidos por ÉPOCA, iniciava o processo 15983.720066/2015-65: uma representação fiscal para fins penais. Pela primeira vez, o jogador do Barcelona e da Seleção Brasileira passou a merecer marcação individual da Receita e do Ministério Público Federal (MPF). Seis dias depois, o Fisco decretava o arrolamento de bens de Neymar e de seus pais.
O arrolamento é um cartão amarelo da Receita. Tecnicamente, trata-se de uma medida que identifica e relaciona o patrimônio do contribuinte para pagar uma dívida com a Receita. Isso significa que parte dos bens de Neymar e de sua família, como imóveis, carros e iate, está sob monitoramento do Fisco. A tal representação fiscal para fins penais, feita pelos técnicos da Receita em Santos, será analisada pelo MPF. A Receita toma essa medida quando avalia que um contribuinte, ao sonegar impostos, também cometeu outros crimes.
Nas próximas semanas, o MPF deverá apresentar denúncia criminal contra o pai de Neymar e empresas envolvidas na venda do ídolo brasileiro ao Barcelona. O craque também pode ser alvo. O procurador da República Thiago Nobre Lacerda, de Santos, suspeita de sonegação fiscal e falsidade ideológica no caso, entre possíveis outros crimes.
Fonte: Revista Época
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