quarta-feira, 22 de julho de 2015

Dorrit Harazim ganha Prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo


A jornalista do GLOBO Dorrit Harazim venceu a 3ª edição do Prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo na categoria Excelência. O prêmio, organizado pela Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI), será entregue na cidade de Medellín, na Colômbia, em 30 de setembro. Ela é a primeira jornalista brasileira a receber esta premiação. O anúncio, feito na manhã desta quarta-feira, em São Paulo, teve repercussão internacional.

Atualmente, a coluna de Dorrit no GLOBO trata sobre temas variados, em sua maioria, política internacional. Ela também se dedica a outros projetos jornalísticos e documentários. Nos últimos anos, escreveu "A família Braz" e "Passageiros".

A decisão do Conselho Reitor de entregar o prêmio a Dorrit foi unânime. Entre os motivos, eles destacaram a trajetória da jornalista de 72 anos, sendo 50 de carreira, que nasceu na Croácia e iniciou sua carreira na França, na revista "L'Express", em 1966. No parecer, o conselho ressalta a trajetória de Dorrit, descrevendo-a como uma jornalista que “escreve o melhor português do Brasil”.

Ela ajudou na criação da revista "Veja", passou por veículos como o Jornal do Brasil, revista "Piauí", e participou de coberturas jornalísticas importantes como o atentado terrorista de 11 de setembro, nos Estados Unidos, as eleições presidenciais americanas e as nove últimas Olimpíadas.

O Conselho destacou "a grande versatilidade" e considerou Dorrit como "uma glória do jornalismo brasileiro", além de elogiar o estilo de "jornalismo narrativo de longo suspiro reconhecido tanto no Brasil como na América Latina".

- O prêmio é um estímulo merecido e justo aos jornalistas. Dorrit desperta nosso respeito e a nossa admiração - disse Jaime Abello Banfi, diretor executivo da Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI, sigla em espanhol).

Surpresa ao saber do resultado, Dorrit disse que “não esperava jamais ganhar a premiação”. - Este prêmio me tirou da zona de conforto. Eu precisaria, pela primeira vez, já que eu entendi que o avaliado foi o chamado conjunto da obra, rever o que venho fazendo, que é um exercício que nunca fiz. Não tenho hábito de reler nenhuma matéria que fiz. Estou surpresa, mas acho que eu fiz um bom trabalho e continuo fazendo - comentou a jornalista.

O diretor da FNPI lembrou que o reconhecimento à excelência “é concedido anualmente para um jornalista de reconhecida independência, integridade e compromisso com os ideiais de serviço público de jornalismo, que merece ser destacado como exemplo pelo conjunto da sua trajetória e aporte excepcional para a procura da verdade e do avanço do jornalismo”.

Ainda dentro da análise do trabalho como jornalista, Dorrit lembra que um profissional sempre foi movido pelo noticiário. - Cada dia você é movida pelo noticiário e pela necessidade de produzir e ir em frente. É raro fazer uma pausa e, exceto se você estiver escrevendo um livro, não há motivo de parar e refletir qual o caminho que a produção jornalística está tomando. Um prêmio como esse é a ocasião de dar uma espiada em tudo o que eu fiz. E eu me surpreendo pela longevidade. Tenho consciência de ter feito um trabalho constante, sem grandes decepções comigo mesma - afirmou Dorrit.

O conselho da veterana para quem está iniciando na profissão é único: -Leia, leia e leia.

Fonte: O Globo

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