Equipe que realizou primeira cirurgia com robô no Ceará: Dr. Marcos Flávio, Dr. Vipul Patel, Dr. Rafael Coelho e Dr. Jurandir Picanço.(FOTO: Marcelo Rolim) |
O Ceará teve suas primeiras cirurgias realizadas por robôs. De origem americana, o robô chama-se Da Vinci e foi utilizado em cirurgias de próstata no Hospital Monte Klinikum, de Fortaleza, que adquiriu o equipamento. As duas primeiras cirurgias com o uso do robô tiveram bons resultados. Com apenas quatro horas após o procedimento, os pacientes puderam sentar e andar, recebendo alta no dia seguinte, o que não acontece em cirurgias de grandes incisões, pois provocam dor e demora de recuperação no pós-operatório.
A tecnologia por robótica está em desenvolvimento há oito anos e chegou ao Brasil há dois anos. Hospitais de referência no Brasil como o Sírio-Libanês, Einstein, 9 de Julho e Samaritano já utilizam a tecnologia, que chegou ao Brasil há dois anos.
O robô que veio para o Ceará é o 14º do Brasil e o primeiro do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O robô Da Vinci permite que as cirurgias sejam feitas através de pequenas incisões, que são menos invasivas. Ele utiliza um sistema óptico com tecnologia 3D e imagem em HD, que permite um aumento de 20 vezes o tamanho natural, permitindo que o cirurgião tenha movimentos mais precisos.
O diretor do hospital, Dr. Florentino Cardoso, justifica a aquisição da tecnologia pela necessidade de evolução constante da medicina. “A cirurgia robótica tem se difundido no mundo inteiro e no Brasil estava restrita ao eixo Sul-Sudeste. E quando se trata de medicina, devemos estar na vanguarda”. Para realizar as duas primeiras cirurgias, o hospital trouxe o médico americano Vipul Patel, que já realizou mais de 9 mil cirurgias.
“Todo mundo acha que operar com um robô é brincar de videogame, não tem nada a ver. Só o treinamento custa cerca de R$ 700 mil por cirurgião, e dura de seis meses a um ano”, explica Leopoldo Albuquerque, responsável pelo setor de cirurgia. Segundo ele, o benefício não é só a chegada do robô. Pois para receber a tecnologia, o hospital teve que mudar o centro cirúrgico, investiu em rede de dados, de cabeamento, adquiriu novos equipamentos, reformar a Unidade de Treinamento Intensivo (UTI).
O robô utiliza um sistema óptico com tecnologia 3D e imagem em HD, que permite um aumento de 20 vezes o tamanho natural. (FOTO: Divulgação) |
No Hospital Monte Klinikum, seis cirurgiões estão passando pelo treinamento. Eles já foram submetidos a atividades de habilidades específicas num simulador e cirurgia experimental em animais. Foram para o exterior acompanhar casos clínicos e agora operam acompanhados de instrutores durante as suas 20 primeiras cirurgias. As especialidades que receberão ajuda do robô são urologia, coloproctologia e cirurgia digestiva e bariátrica.
“Por mais que o cenário seja difícil atualmente, todo mundo fale em crise, vale a pena investir nisso. E esse investimento não acontece só em hospitais privados do Brasil, algumas instituições públicas no Rio e de São Paulo adquiriram o robô e estão beneficiando a sociedade de maneira geral”, argumenta Leopoldo.
Fonte: Tribuna do Ceará
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