Depois de ocupar uma posição hegemônica no Ceará, o Pros está prestes a sofrer um abalo causado pela saída do ex-governador Cid Gomes e seu grupo político rumo ao PDT. A situação, agora, é bem diferente de 2013, quando com a ajuda do próprio Cid, o recém-criado Pros nasceu como o maior partido do Ceará. O ex-governador saiu do PSB levando consigo um grupo composto por cinco deputados federais, nove estaduais, 38 prefeitos e 270 vereadores que, agora, deixaram a nova sigla.
Agora, a legenda pode ficar sem nenhuma representação, até mesmo na Assembleia Legislativa. Lideranças nacionais do Pros, no entanto, evitam dar mais detalhes sobre o futuro da legenda no Ceará. Do assunto, afirmam apenas que aguardam a saída oficial do grupo, para assim tratar da reestruturação e novas filiações. “Naturalmente, não acaba. Nem todos vão sair. No próprio grupo, existe quem deseja permanecer na legenda”, salientou o secretário nacional de Relações Institucionais do Pros, Felipe Espírito Santo.
O secretário acrescenta que o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado José Albuquerque, se reunirá em Brasília com o presidente nacional do Pros, Eurípedes Júnior, para discutir a migração. “Naturalmente, vamos ouvi-lo e, após trabalhar para fortalecer a legenda”, disse ao ser questionado sobre o teor da conversa. Sobre o assunto, disse apenas: “a reunião não tem caráter definitivo, já que não há comunicado, oficialmente, sobre a saída do grupo de Cid”.
Questionado sobre a possibilidade de pedir o mandato de algum parlamentar, Felipe afirmou que “não trabalhamos com está possibilidade. Não queremos crise. Não iremos impor dificuldades”, tendo em vista a votação da lei de fidelidade partidária, que decreta a perda de cargo eletivo de políticos que migrem de sigla sem justificativa, que são os casos de criação de novo partido ou fusão, mudança do programa partidário e grave discriminação pessoal.
Apesar da posição do partido, os aliados de Cid e Ciro podem ser beneficiados pelo projeto de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Política. Isso porque, se aprovada na íntegra, abriria uma “janela partidária” de 30 dias, quando políticos poderiam mudar de partido sem serem punidos. A proposta já foi aprovada em segundo turno pela Câmara dos Deputados e aguarda definição do Senado.
Fonte: O Estado
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