O Papa Francisco instituiu uma comissão de estudo sobre o diaconato das mulheres. A novidade foi anunciada nesta terça-feira, 2, pelo Vaticano.
A comissão é composta por seis homens, bispos e sacerdotes, e seis mulheres, religiosas e leigas. A presidência da comissão foi designada ao secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Luis Francisco Ladaria Ferrer.
Em 12 de maio desse ano, o Papa recebeu no Vaticano os participantes da União Internacional de Superioras Gerais. As consagradas destacaram que as mulheres já são protagonistas no serviço aos pobres e doentes, na catequese e em muitos outros ministérios eclesiais. Então, apresentaram ao Papa a questão da abertura do diaconato permanente às mulheres, fazendo referência à Igreja primitiva.
O Papa recordou na ocasião que o antigo papel das diaconisas ainda hoje não é muito claro, e se disse disponível a criar uma Comissão para estudar a questão. “A presença das mulheres na Igreja toca na questão do diaconato permanente e, a esse respeito, o Papa Francisco disse que seria útil constituir uma comissão de estudo que se ocupe do tema”, informa o jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’.
Sobre o diaconato na Igreja
O diaconato é o primeiro grau do Sacramento da Ordem (diaconato, sacerdócio, episcopado), atualmente reservado aos homens, na Igreja Católica. O Concílio Vaticano II (1962-1965) restaurou o diaconato permanente, ao qual podem ter acesso os homens casados (depois de terem completado 35 anos de idade), o que não acontece com o sacerdócio. O diaconato exercido por candidatos ao sacerdócio só é concedido a homens solteiros.
Com origem grega, a palavra ‘diácono’ pode traduzir-se por servidor, e corresponde a alguém especialmente destinado na Igreja Católica às atividades caritativas, a anunciar a Bíblia e a exercer funções litúrgicas, como assistir o bispo e o padre nas Missas, administrar o Batismo, presidir casamentos e exéquias, entre outras funções.
Na Carta aos Romanos (século I), o Apóstolo Paulo faz referência a Febe, “diaconisa na igreja de Cêncreas”, e há outras notícias de mulheres solteiras ou viúvas que, na Igreja dos primeiros séculos, desempenhavam certas funções dos diáconos que não seriam adequadas para homens no contacto com outras mulheres – nomeadamente em cuidados a doentes e ritos batismais (imersão e unções).
O Papa escreveu na sua primeira exortação apostólica, ‘A Alegria do Evangelho’, que a Igreja Católica tem de “ampliar os espaços” para uma presença feminina “mais incisiva”. Francisco quer ver essa presença alargada aos “vários lugares onde se tomam as decisões importantes, tanto na Igreja como nas estruturas sociais”.
A exortação apostólica deixa claro, no entanto, que o “sacerdócio reservado aos homens, como sinal de Cristo Esposo que Se entrega na Eucaristia”, é uma questão que “não se põe em discussão”.
Atenção às mulheres
Outro gesto que comprova a atenção que o Papa dedica às mulheres em seu pontificado foi a recente publicação da constituição apostólica Vultum Dei Quaerere (A busca da face de Deus), sobre a vida contemplativa feminina.
Fonte: Canção Nova
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