quinta-feira, 28 de maio de 2015

Clientes cearenses denunciam assédio via Whatsapp após vazamento de dados cadastrais em empresas


O caso da jornalista Ana Prado, que denunciou assédio sofrido via Whatsapp de um funcionário da NET, ganhou repercussão após a vítima divulgar as provas do assédio nas redes sociais. Após seu desabafo, outras vítimas compartilharam casos de assédio que sofreram. No Ceará, duas mulheres revelaram ao Tribuna do Ceará que também foram vítimas de funcionários de empresas. Em virtude delas não terem formalizado queixa na Polícia e nem na loja em que possuem cadastro, o portal opta por não mencionar o nome das empresas. As vítimas também pediram para não serem identificadas, por questão de segurança.


Uma das vítimas teve seus dados vazados de um sistema bancário e foi assediada por um dos funcionários. Ela precisou ir até à agência para resolver um problema pessoal e, ao ser atendida, o funcionário disse que ela precisava atualizar os dados. À medida em que ela informava os dados, o funcionário brincava com coincidências, como a data do aniversário dela ser a mesma da sua mãe. A vítima não notou nada de estranho no atendimento. Todavia, ao sair da agência ela recebeu uma mensagem via whatsapp onde o funcionário se identificou e a convidou para tomar um sorvete.

“Eu disse que ele estava completamente errado, pois eu atualizei meus dados para o banco e que ele não podia usá-los dessa forma. Pedi para que ele não me procurasse se não eu iria denunciá-lo ao banco e le não me incomodou mais”, conta. Em outro dia, a cliente foi até o banco receber um novo cartão de crédito e foi atendida por uma mulher, que informou que o cartão de crédito estava com outro funcionário. Quando foi atendida, a cliente percebeu que o funcionário que foi atendê-la era o mesmo que a assediou.

Apesar do incômodo ela não reclamou porque ele agiu como um profissional durante o atendimento. Porém, quando saiu do banco e foi ao estacionamento recebeu outra mensagem do funcionário dizendo que queria tirar o batom dela e lhe dar um beijo. No mesmo instante ela reclamou e disse que iria bloqueá-lo no whatsapp. Estava tudo bem até que a moça teve seu cartão bloqueado por uma dívida de R$ 600 reais.

Por não morar em Fortaleza, ela foi na agência de sua cidade saber o que tinha acontecido. “O gerente me disse que todas as minhas faturas desse novo cartão estavam indo para a minha agência, e não para o meu endereço, onde eu sempre recebi. Ele disse ainda que o funcionário burlou uma norma do banco ao fazer isso, porque esse não é o procedimento correto. Eu não vou pagar esse débito porque me senti lesada. Não é nem pelo valor, e sim pela raiva que estou porque ele bagunçou toda a minha vida financeira”, reclamou. Com as provas do assédio e dessa irregularidade cometida pelo funcionário, ela já contactou seu advogado e garante que irá entrar com um processo contra o banco e o funcionário.

Em outro caso de assédio, uma moça fez um cadastro como sócia-torcedora de um time de futebol cearense. No dia seguinte, um rapaz ligou querendo conversar e conhecê-la. “Eu perguntei quem era e como ele tinha conseguido o número do meu celular. Depois, ele desconversou e insistiu em continuar a conversa pelo Whatsapp. Quando perguntei novamente sobre como ele conseguiu meu número, ele disse que foi na loja do time onde eu 

fiz cadastro. Daí, eu reclamei, disse que isso era errado e ele desligou o telefone, além de me bloquear no Whatsapp”, relata. Após o ocorrido, a vítima não questionou a loja onde fez o cadastro sobre o vazamento de seus dados porque o rapaz não voltou a importuná-la.

No terceiro, a vítima se sentiu tão constrangida que não pretende voltar à loja onde fez cadastro para evitar encontrar com o funcionário que a assediou. “Ele mandou uma mensagem com o meu nome para o meu celular. Respondi com outro número e ele aproveitou para me adicionar no Whatsapp. Depois se identificou como funcionário da locadora e que tinha me atendido ano passado”, conta. Além disso, o rapaz mencionou qual o filme ela havia alugado, que viu o seu Facebook e os amigos que tinham em comum, o que assustou a moça.

“Ele disse que sempre me via na rua, no ônibus e eu achei muito estranho. Engraçado, ele disse que tinha todos os números de cadastros porque era responsável por mandar mensagens da loja para os clientes, mas eu nunca recebi mensagem da loja”, destaca a vítima.

Incomodada, a vítima enviou a seguinte mensagem: “Não acho certo pegar meu número de um cadastro de uma loja. Deveria ter me perguntado antes”. Em seguida, o rapaz disse que só queria dizer “oi” e que isso não iria mais acontecer. Finalizou desejando “sucesso”. Apesar de ter cumprido o que disse, a moça não quer mais voltar à loja por receio de encontrá-lo novamente. “Eu não falei nada para a gerência porque fiquei com medo de ele perder o emprego, mas eu não volto mais lá. Não me sinto à vontade com ele por perto”, finaliza.

Fonte: Tribuna do Ceará

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