O Brasil melhorou sua posição em um ranking do Bank of America Merrill Lynch sobre os mercados emergentes mais fortes, que leva em conta indicadores econômicos e de estabilidade financeira, mas ainda segue como um dos "três frágeis", junto com África do Sul e Turquia.
"O Brasil conseguiu superar a África do Sul e a Turquia desde o último levantamento, feito há seis meses", afirma o estrategista do BoFA para emergentes, David Hauner, em um vídeo comentando o relatório divulgado nesta terça-feira, 12. Na economia brasileira, ele destacou a forte melhora das contas externas do país e as reservas internacionais, que garantem um colchão importante de proteção. Sobre a África do Sul, Hauner ressaltou o déficit fiscal e nas contas externas do país, além de inflação elevada.
Considerando o ranking dos dez principais emergentes, a China perdeu a liderança para a Coreia do Sul. O Brasil saiu da última posição há seis meses e agora está em oitavo. A Turquia está em nono e a África do Sul na lanterna. Da América Latina, o destaque é o México, na sexta colocação.
O BoFA também divulgou um ranking ampliado de emergentes, que inclui outros mercados menores. Neste caso, o país com melhores indicadores é Filipinas, seguido de Taiwan e Israel. A Venezuela é a última colocada. Neste levantamento, o Brasil ocupa a 12ª posição. O Peru é o país da América Latina com melhor colocação, na quinta posição.
Considerando os 10 principais emergentes, esta é a primeira vez que a China deixa a liderança desde que o ranking começou a ser feito, em 2009, de acordo com o relatório. O país asiático ainda é destaque em expansão do Produto Interno Bruto (PIB) e reservas internacionais, mas perdeu a primeira colocação por conta de indicadores de endividamento. Já a Coreia ganhou destaque pela sua sólida situação fiscal e avanço das contas externas.
O Brasil deve ter o segundo pior desempenho do PIB este ano entre os emergentes monitorados pelo BoFA, com retração prevista de 3,5%, menor apenas que o da Venezuela (-7%). Já a Rússia, outro grande emergente em recessão, se destaca no ranking por conta dos bons indicadores fiscais, externos e de alavancagem, enquanto o baixo crescimento e a inflação são fatores negativos. O país ficou em terceiro no levantamento que considera os 10 emergentes mais fortes, atrás da Coreia e China.
Para fazer o ranking, o BoFa avalia 70 indicadores econômicos, incluindo crescimento do PIB, inflação e de estabilidade financeira, incluindo dados do setor bancário. Ao todo, são avaliados 4 mil indicadores para 56 mercados.
Conteúdo Estadão
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