Ao completar 60 anos de carreira, Elza Soares roubou a cena nas tradicionais listas de melhores discos internacionais de 2016. Seu mais recente trabalho, “A Mulher do Fim do Mundo”, despontou como o grande destaque entre os lançamentos brasileiros em 2015, e chegou ao mercado internacional neste ano.
Na Europa, o disco foi amplamente elogiado e recebeu cotação máxima em sites e jornais britânicos, como no “Guardian”, “Sunday Times”, “Financial Times” e “Songlines”.
Agora, a cantora se infiltra nas retrospectivas da imprensa americana, se destacando na lista do jornal “The New York Times” e do site especializado “Pitchfork”, onde garantiu a 36° posição entre os 50 melhores discos.
No texto, assinado pelo crítico Jazz Monroe, Elza é apresentada como uma artista que surgiu da favela, enfrentou o racismo e se tornou um ícone nacional. “É um trabalho de chocante e cintilante beleza”, diz.
No NYT, Elza aparece em décima posição na lista do editor de artes Jon Pareles, ao lado de nomes consagrados do pop, como Beyoncé, David Bowie, Leonard Cohen e Radiohead.
“Não é preciso de tradução para reconhecer a ira e a raiva de ‘A Mulher do Fim do Mundo’, da Sra. Soares”, escreve Pareles. “Ela usa a rouquidão, mas continua comandando o estado de sua voz para lançar músicas sobre abuso, pobreza e história, luxúria e violência.”
“Sra. Soares é instigada por músicos de São Paulo que descrevem sua música como ‘samba sujo’. Eles espetam o samba tradicional com guitarras distorcidas, tambores agressivos e eletrônicos indisciplinados que destacam como a Sra. Soares permanece indomável”, afirma o texto.
Impulsionada pela boa recepção do disco, Elza saiu em uma pequena turnê pela Europa no mês passado. Encheu casas de show em Berlim (Alemanha), Utrecht (Países Baixos), Londres (Inglaterra) e no Porto (Portugal). Foi só aí que acreditou de fato na fama adquirida no exterior.
“Olha, desde que o disco saiu lá fora ouvimos uma repercussão maravilhosa. Mas ir pra lá e ver com os próprios olhos, em vários shows esgotados, foi realizador. É verdade mesmo, então!”, disse a cantora, ao UOL.
Tamanha repercussão a colocará em 2017 na programação do influente Primavera Sound, uma das maiores vitrines musicais da Europa, que acontece em Barcelona em junho. Agora, a cantora mira também os Estados Unidos.
“No ano que vem, volto para lá para mais um festival em Barcelona. Sem dúvida, resultado desse reconhecimento. E que essas novas menções possam me fazer rodar ainda mais por esse mundo. Ainda falta Estados Unidos e países da América do Sul… me chama que eu vou”, brincou.
Com produção de Guilherme Kastrup e direção artística de Celso Sim, “ A Mulher do Fim do Mundo” deu a Elza o Grammy Latino inédito em sua carreira.
Fonte: UOL
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