O papa Francisco voltou a criticar o consumismo e o materialismo. Ao celebrar a Missa do Galo, na noite de sábado (24), na Basílica de São Pedro, no Vaticano, ele declarou que o real sentido do Natal foi usurpado pelo comércio.
“Hoje, o Natal se torna uma festa onde os protagonistas somos nós […] As luzes do comércio põem na sombra a luz de Deus; nos afanamos com as prendas e ficamos insensíveis a quem está marginalizado. Esta mundanidade fez refém o Natal; é preciso libertá-lo!”, disse.
Durante a missa, o papa citou as “miseráveis manjedouras de dignidade” em alusão às crianças que, fugindo às guerras e conflitos regionais, se escondem “em um “abrigo subterrâneo para escapar aos bombardeamentos, na calçada de uma grande cidade, no fundo de um barco sobrecarregado de migrantes”.
Noite de luz
Segundo o papa, o Natal, enquanto celebração do nascimento de Jesus Cristo, deveria ser uma noite de luz e glória que traz consigo o sabor da esperança, mas também da tristeza provocada pela rejeição inicial ao menino Jesus.
“Deus não se manifestou no salão nobre de um palácio real, mas na pobreza de um curral; na simplicidade da vida; não no poder, mas numa pequenez que nos deixa surpreendidos. [Assim], se queremos festejar o verdadeiro Natal, contemplemos este sinal: a simplicidade frágil de um pequenino recém-nascido”, comentou o papa, incentivando os cristãos a “deixar as ilusões do efêmero para ir ao essencial”.
“[Para encontrar Deus] É preciso renunciar às nossas pretensões insaciáveis, abandonar aquela perene insatisfação e a tristeza por algo que sempre nos faltará. Nos fará bem deixar estas coisas para reencontrar na simplicidade de Deus-Menino a paz, a alegria, o sentido luminoso da vida”, concluiu.
Paz
Em relação ao conflito entre israelenses e palestinos, o Papa afirmou que os dois lados devem "escrever uma nova página da história". "Paz para as mulheres e homens da amada Terra Santa, eleita e favorecida por Deus. Que os israelenses e os palestinos tenham coragem e determinação para escrever uma nova página da história, em que o ódio e a vingança cedam lugar à vontade de construir conjuntamente um futuro de recíproca compensação e harmonia", afirmou.
O soberano pontífice também pediu uma "paz restaurada" no Iraque, Líbia e Iêmen, "onde as pessoas sofrem com a guerra e atos terroristas atrozes".
O papa também mencionou a situação na Venezuela e na Colômbia. Francisco pediu "harmonia" ao "querido povo colombiano", imerso em um processo de paz para pôr fim ao conflito entre o governo e as Farc de mais de 50 anos. "Pedimos harmonia para o querido povo colombiano, que deseja cumprir o novo e corajoso caminho de diálogo e reconciliação", disse.
Fonte: Agência Brasil
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